quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

É a moda da Francisca dando samba

No ultimo dia útil desta primeira semana de dezembro, vai rolar o lançamento da coleção de alto verão da marca pernambucana Francisca, na maison Dona Santa | Santo Homem.

Todo mundo que é mais ligado em moda deve ter acompanhado um pouco da recente ascenção da marca de Virgínia Falcão. Que ela era modelo, todo mundo também já sabe. Mas que nós do Coletivo MC daríamos o gostiunho de breve bate-bola coma  moça... Ah, isso ninguém esperava!



Ela está no mercado da moda desde que se entende por gente. Virgínia Falcão saiu de casa aos 13 para desfilar e hoje é dona da opinião de moda mais respeitada da cidade e da única grife pernambucana que ocupa set list do maior showroom da cidade de São Paulo. Decidida e segura em tudo o que faz e diz, Virgínia inspira e expira moda e negócio. Fala de moda e mercado, prova que tem talento e que faz um trabalho com maturidade fashion.



Quais são os métodos utilizados para captar tendências e repassa-las de maneira coerente para os seus produtos?
Acredito no meu instinto. Já imprimi um estilo e, naturalmente, capto e transformo as tendências. Não há um método, não consigo fazer isso à luz da razão. Faz parte das coisas invisíveis.


Quem é o grande estilista, o grande designer de moda, na sua opinião?
Jacobs é genial. Mas vou citar o espanhol Balenciaga, o maior costureiro de todos os tempos. Foi ele quem desenvolveu o chemisier cintura marcada, que é um look muito elegante. Além dele, Coco Chanel, que dispensa explicações.

Para que marca brasileira você tira o chapéu?
Gosto da elegância discreta e mistura de tecidos da Huis Clos.

E a melhor modelo, para você, quem é?
Kate moss. Ela tem um estilo extraordinário, ela é contemporânea, tem identidade e senso de humor. É a melhor e mais bonita.

O que é moda e o que é estilo?
Moda é cíclica, se renova nos detalhes. E é consumo, porque representa o que é oferecido pelos estilistas, pelos designers. O que está na moda é o que está no mercado. E estilo é particular, bem pessoal. Para definir seu estilo, você precisa saber com o quê você se sente bem, o que te cai bem. Seu estilo de música favorito é aquele lhe soa melhor aos ouvidos, não é? Seu estilo de roupa é o que te cai melhor no corpo.

No seu ponto de vista, porque as novelas influenciam tanto?
As celebridades são usadas como informação subliminar de moda e/ou produto. Acredito que pessoas captam isso e são carentes mesmo de referências de estilo. Além de que é fácil se identificar com uma Helena, de Manoel Carlos. (risos)

Qual é o melhor do seu trabalho?
A pesquisa na área têxtil e ir para as ruas observar o comportamento.

E o pior?
Não consigo pensar em nada, no momento.

O que você sempre usa?
Básica branca. Vai bem com tudo.

E o que você jamais usaria?
Bota branca. É Paquita demais pra mim.

O que é ser chic?
Nossa! É difícil expressar isso com palavras. Mas ser chic é algo ligado ao gesto, à postura. Uma imagem chic é sempre limpa, no meu imaginário. É aquela história de o menos ser sempre mais.

O que é ser brega?
Acho que é se preocupar com o imediato. A falta de estilo é brega.

O que uma pessoa deve priorizar na hora de se vestir?
Roupa é estado de espírito, então o importante mesmo é simplificar e vestir o que lhe cai bem, sem se preocupar muito se isso ou aquilo está na moda. Tem que se sentir bem no modelito. Mas, se a duvida insistir: jeans, básica e havaianas! É básico.


Fale um pouco da moda que você faz, da sua grife, Francisca.
Bom, a Francisca existe há uns cinco anos, mas tem ganhado força nos últimos dois ou três, quando começou a colher convites para participar de importantes eventos de moda, como o Fashion Rio e o Oi Fashion Tour, além do extinto Recife Fashion Week. A marca ganhou visibilidade e passou a ser reconhecida nacionalmente. E a moda que eu faço segue uma linha bem balneário. Francisca veste uma mulher contemporânea, bem informada, que procura conforto, sem perder a feminilidade e elegância.
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Gostou da interview? Então, não perca o desfile! Vai ser ao meio dia da sexta-feira, em Boa Viagem. Seus pezinhos vão sambar, com a trilha assinada e executada ao vivo por Cibele do Cavaco. Fica a dica!


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Paula Caal fala ao Coletivo Manda-Chuva

Arjuna Escobar foi conferir de perto o que rolou no Cena Brasil 2009. Ele entrevistou a integrante do grupo de percussão Quebra Baque, Paula Caal. Veja:

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Rock-instrumental-brega-clássico-dançante-lombra-bossa animam a quinta feira na Sala Nox

O Projeto Sala Nox, que rola nas quintas-feiras, se uniu com o Coquetel Molotov na ultima quinta e levou muito rock doido para a boate. A proposta de ter uma noite voltada para o público alternativo tem trazido bons resultados e agrada tanto as bandas da cena, que podem contar com uma boa estrutura para shows, como quem quer somente tomar uma cerveja e ver um show babality no início do final de semana.

Na ultima quinta o projeto trouxe shows da Banda de Joseph Tourton - com participação de China - e da banda Nuda para agitar os descoladinhos de plantão.







A Banda de Joseph começou a tocar por volta das 0h e teve uma proposta diferenciada: um vocalista! - babality, sim! - Para fugir um pouco, ou um tanto, dos shows habituais, o sempre-dançante China deu uma palhinha no show dos garotos. Cantando 100 Metros, música da Joseph, Asas nos pés, do próprio cantor, China mais uma vez provou que a dança está na sua alma e o sucesso de suas reboladinhas entre as gatinhas culturais.





A Banda de Joseph Tourton


Diogo Guedes (programação e guitarra), Rafael Laga (baixo), Gabriel Izidoro (flauta, escaleta e guitarra) e Pedro Bandeira (bateria)




A participação especial foi bem recebida pelo público fiel e também agradou a banda, que "queria fazer alguma coisa diferente no show" disse o baixista Rafael Laga. Depois de 1 hora de rock-instrumental-brega-clássico-dançante, o quarteto se despediu com carinha de quero rockear mais.


Apesar do preço da cerveja ser 100% mais cara na Nox do que nos lugares que a maioria das pessoas dalí costumam frequentar e do fumódromo uma espécie de cenário de filme de terror, ainda havia energia para mais um show.


O quinteto da Nuda está de volta após uma turnê de um mês e meio no suldeste do Brasil que afirmam, orgulhosos, ter sido nota 10. Fazer show em lugares como a Livraria da Esquina e no EstúdioSP não é qualquer coisa, além de participar do programa OI Novo Som, onde os músicos passam 10 horas seguidas gravando num estúdio. É, pernambucanos parecem ter a dose certa de conquista para paulistas, em geral.

Nuda
Arthur Dossa (guitarra), Henrique Caçapa (baixo), Judá Dowsley (percussão), Raphiro (voz/guitarra) e Roberto Scalia (bateria)

Com um show bastante animado, os meninos da Nuda tocaram pouco mais de uma hora, com a casa ainda cheia.

Para um balanço da noite: a balada foi bem up, mas acabou às 3h40, quando os seguranças da casa convidaram todos que estavam por lá a continuar tomando uma cerveja, mas 'alí da esquina'...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Terceira Edição do Shopping Day – moda, música e bafos.

Chega dá gosto falar da programação do último fim de semana. Depois da praia e da literatura (Fliporto), voltar para Recife, num domingo, nunca foi tão empolgante. Sabe por quê?


Urna para sorteio, flyers e revistas na entrada.

O site de moda e comportamento Garotas Estúpidas, da blogueira Camila Coutinho, realizou o Shopping Day. O evento aconteceu no domingo, 8, e na segunda-feira, 9 de novembro na Vila Ponte D’ Uchoa, situado na Av. Rui Barbosa. Em sua terceira edição, reuniu cerca de 15 marcas para exporem suas peças a preços promocionais.

O domingo foi um furdunço só. Centenas de pessoas compareceram ao encontro de fashionistas. O stand da Dona Santa | Santo Homem, com marcas como Dolce&Gabana, Prada, Ferragamo, Diesel e True Religion, conseguiu vender 80% de seu estoque só no primeiro dia! Também... as promoções eram do tipo: sapato D&G de R$2 mil por R$200. Pasmem. As consumistas de plantão fizeram a festa, para elas e para os respectivos bofes. Uma vez que as peças masculinas também estavam na promo.

A segunda-feira foi mais tranqüila. Quem não tem paciência pra fazer compras na “muvuca”, preferiu chegar no segundo dia. A hora do almoço deu uma movimentada básica. O stand da Sianinha, com suas bolsas, acessórios e cocktail dresses não parava de vender. Outra marca badalada do evento foi a Maria Bonita Extra, que estavas às traças quando tudo terminou.


Domingo bombou!

 O stand da O Boticário, por incrível que pareça, estava sempre vazio. Talvez por ter ficado logo na entrada, as “fias” – como diz a blogueira do Garotas Estúpidas e idealizadora do SD, Camila Coutinho – não deram tanta importância. Perderam ofertas como o delineador da linha pela bagatela de R$12.

Além do óbvio oferecido pelo evento – as promoções, uma exposição chamou a atenção de quem entrava no Vila Ponte D’Uchoa. O fotógrafo João Arraes montou uma sala com cara de antiquário para mostrar seu trabalho: nu artístico de gordinhas, magrinhas, grávidinhas e, também, fotos masculinas. Ele quis mostrar que gordurinhas e peitos pequenos também são sensuais, numa visão divertida e fashionista.

As picapes do Shopping Day foram comandadas no primeiro dia pelo DJ Diego Nunes, namorado de Camila. “O fervo foi grande. Mas, ainda assim, a blogueira conseguiu ficar atualizando o site e o twitter. Isso é que é dedicação!”, comentou um dos colaboradores do evento João Lucena.

No segundo dia, o produtor e braço direito (ou esquerdo?) do GE, Ander, é quem estava no comando do som. A todo momento, ele atualizava o twitter e tirava fotos com quem aparecia no evento. Também era ele quem fazia os sorteios e tirava uma ondinha com todo mundo. Espirituoso, animou a história com uma seleção musical que variava de Madonna ao funk carioca.


Mari Pahl, Cami e Ander - o trio GE / SD


O objetivo do Shopping Day, além de fazer a diversão de quem gosta de moda, é “agregar coisas legais e promover o povo da moda daqui de Recife”, afirmou Camila Coutinho, que conta com a ajuda de Mariana Pahl, também produtora do evento e das diversas ações do Garotas Estupidas.

E o próximo Shopping day já tem data marcada. Será em Março de 2010, fiquem ligados!

Honey Pie, Sanderii, Pink Amie, Olívia, L’Atelier, Fabrizio Giannone, Movimento, Dummond, Ilha Bela, Dona Santa, Santa de Roca, Sianinha, Maria Bonita Extra... Até breve!


A falta de um vocalista já não é mais um problema

Cada vez mais a inspiração das bandas independentes surge de estilos diferentes de se fazer música. Algumas fogem do padrão e descartam o elemento que muitos julgariam como essencial: o vocalista. A Banda de Joseph Tourton, ao contrário do que o nome possa sugerir, não é composta por apenas um integrante, nem, muito menos, de nome Joseph e sobrenome Tourton. Diogo Guedes (guitarra e efeitos), Gabriel Izidoro (guitarra, escaleta e flauta transversal), Rafael Gadelha (baixo) e Pedro Bandeira (bateria) formam a banda de rock instrumental, na ativa desde 2007. “A Joseph Tourton (como é comumente conhecida) foi, por muito tempo, uma banda de improviso. É muito difícil uma banda de instrumental vingar, porque não são muitas as que surgem, boa parte não consegue formar um público e os lugares que abrem espaço para esse tipo de música são raros”, revelam. Hoje, com os dois anos de carreira apenas, a banda já tem vários shows marcados, inclusive em cidades fora do estado, e um certo reconhecimento em meio à cena musical pernambucana.


Coletivo Manda-Chuva: Como foi que tudo começou?
A Banda de Joseph Tourton: A estreia da banda foi no Coquetel Molotov e desde esse dia a gente não ficou nem um mês sem tocar em algum lugar. Antes disso, a gente se juntava só pra fazer umas jam sessions (uma espécie de ensaio, sem necessariamente ter uma playlist definida ou uma banda formada. Informalmente, “se juntar para tirar um som”).


Quais as dificuldades do início?
Lugar pra fazer as jam sessions. Mas a gente nem se importava muito com isso, curtia mesmo estar junto, fazendo som.


Quais as inspirações da banda?
A gente ouve muito rock instrumental, muito hardcore, mas ouve também outros estilos. É muito variado: Tortoise, Asia Dub Foundation, Manu Chao, Cidadão Instigado, Mestres da Guitarrada...


Por que instumental?
Talvez se naquela época aparecesse alguém disposto a cantar e entrasse no clima em que a banda estava, as composições, hoje, poderiam não ser instrumentais. Atualmente, a gente pensa que fazer música instrumental é fazer músicas mais livres, tanto pro músico, com o instrumento mais sensível, sem a presença de um frontman, quanto pro público, já que não existe a objetividade de uma letra, abrindo um leque maior das interpretações de uma composição. Também conta o fato de que ninguém na banda escreve.


Em que show vocês tiveram o maior público?
Aqui no Recife, talvez no programa de TV "Sopa de Auditório" (foto). Em São Paulo, a gente fez um show que lotou o Sesc Vila Mariana, um auditório de lá.


Qual é o público-alvo da banda?
É muito misturado. Quando a gente faz show no Recife Antigo, tem criança, mendigo dançando na frente do palco...


Como é feita a divulgação?
Basicamente pela Internet. Orkut, Myspace e, agora, Twitter.


De onde surgiu a ideia de criar um piloto sem rosto (Joseph Tourton) como emblema da banda?
Essa idéia do cara sem rosto foi muito doida. Quando começamos a bolar a identidade visual da banda pra capa do EP (disponível no Myspace), a gente tinha a viagem de que Joseph Tourton tinha sido um piloto desaparecido. Ele não podia ter rosto porque as fotos teriam sido conseguidas sem a autorização do Sr. Tourton, que aparece nelas. Boa mesmo foi a forma como a gente conseguiu gerar uma coerência entre o som, o nome da banda e o piloto sem rosto.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

CENA BRASIL PROMOVE PALESTRAS NO NASCEDOURO DE PEIXINHOS





Está enganado quem espera encontrar apenas shows no Cena Brasil. O evento, também, vai promover entre os dias 20 e 22 de novembro uma série de palestras de interesse público. Todas elas vão ter início às 16h, no Centro de Tecnologia do Nascedouro de Peixinhos.

O primeiro dia do Cena Brasil vai realizar um momento especial para os mestres de capoeira do estado. O Nascedouro vai abrigar o lançamento do CD e DVD que conta a história da capoeira em Pernambuco. O CD é resultado da gravação de músicas entoadas nas rodas de capoeira, por 15 mestres da região metropolitana. O vídeo vai trazer depoimentos de importantes nomes da capoeira local, como os mestres Coca-cola, Mulatinho, Teté e um dos mais antigos nomes da capoeira recifense, o mestre Pirajá. Segundo o organizador da coletânea, o mestre Pácua, o dia vai ser uma oportunidade para homenagear os grandes nomes da capoeira pernambucana, valorizando aqueles que preservam a identidade da dança, herança dos negros no Brasil.

A segunda das palestras (sábado) vai tratar das relações turísticas envolvidas com as potencialidades culturais de cidades históricas, como a própria Olinda. A conferência nomeada de “Patrimônio imaterial X Turismo cultural” vai ser ministrada por Claudinei Pimentel Mota, chefe de gabinete do Ministério do Turismo. Além dele, a mesa vai receber Tarciana Portela, representando o Ministério da Cultura, o secretário de turismo de Olinda Maurício Galvão e a secretária de cultura de Olinda Márcia Souto.

Fomentando a discussão referente à comunicação em massa, o Cena Brasil promove no domingo, a palestra “Comunicação Comunitária”. O debate vai trazer o coordenador nacional de comunicação da Associação Brasileira de Rádio Comunitária (ABRAÇO), José Lopes. A intenção da palestra é discutir os assuntos que envolvem a estrutura da comunicação brasileira, assim como legislação e a democratização da difusão de conteúdos via rádio. Diante as barreiras existentes para se executar a comunicação comunitária, o momento vai oportunizar o diálogo necessário para modificar a estrutura vigente e centralizadora da comunicação no Brasil. A mesa vai ser mediada por Roseane Rodrigues, do sistema No PE do Ouvido de Rádios Comunitárias, e vai contar com as participações de Rebeka Oliveira, também da ABRAÇO, e José Mário Austregésilo, da Rádio Universitária.

O Cena Brasil é um evento realizado pela Produção e Arte e a Diálogos, patrocinado pelo Ministério do Turismo, Prefeitura de Olinda, Prefeitura do Recife, Empetur e outros. Confira na página do Cena toda a programação musical e as outras atividades desenvolvidas durante os três dias de execução.

Blog do Cena Brasil

Ministério da Cultura


MATÉRIA: Arjuna Escobar

Recife Underground: Banda psicodélica de costas para o Mainstream


Um grupo de amigos, na época adolescentes, decidiram no final de 2005 fazer um som autoral e psicodélico. Algo que não é tão comum no Recife, uma cidade onde as bandas descendentes do movimento mangue ocupam a maior parte do cenário musical. No entanto os jovens, Daniel Barreto, Diego Dornelles, Pablo Bitu e Dano estavam nem aí para o sucesso, dinheiro, mulheres gostosas e viagens ao exterior. O que eles queriam mesmo era viajar no próprio som, então surge a Doce Escória da Puberdade Divina.

O nome bem viajado foi obra do contrabaixista da época, Pablo Bitu. Ele tentou por diversas vezes explicar o significado, mas ninguém entendia, exceto alguns membros da própria banda. Ao longo do tempo o conjunto passou por diversas mudanças. Pablo saiu e Vinícius Valença entrou no baixo. O Até então baterista, Dano, abandonou o projeto devido a problemas pessoais e conturbados que o mantiveram fora da sociedade por algum tempo. Então, entrou em seu lugar um cara excêntrico chamado Júlio Lima. Ensaios aqui, shows ali... Aos poucos a banda foi mudando. Diego, que tocava guitarra, passou a revezar o baixo com Vinícius. Depois de um tempo as coisas mudaram de vez. Vinícius agora passara a tocar teclado e Diego ficou definitivamente no contrabaixo.Meses depois, os caras decidiram por uma mudança de nome. A partir de então, a banda passou a se chamar “O Gigantesco Narval Elétrico”.

Outra designação meio maluca, mas que dessa vez teve um significado compreensível. Na verdade foi uma tentativa frustrada de causar uma impressão assustadora. Para os que não sabem, o narval é um mamífero cetáceo pertencente à família Monodontidae característico das águas frias em torno do Círculo Polar Ártico. Simplificando, o narval é uma baleia com chifres em espiral que vive na costa da Groelândia. O nome “elétrico” entrou porque eles fazem um som com instrumentos elétricos e talvez seja uma referência a uma música do segundo disco do Black Sabbath, Electric Funeral. No entanto além desses significados, a inspiração do nome veio do livro de Júlio Verne, 20 mil léguas submarinas. Onde a população chamava de Gigantesco Narval Elétrico o que achavam ser um monstro marinho que afundava os navios locais. Depois de uma investigação, uma embarcação americana que tenta matar o suposto monstro descobre que na verdade se tratava de um navio que funcionava embaixo da água (na época não existiam submarinos), tal embarcação era comandada pelo maquiavélico Capitão Nemo.

No final de 2007 eles quase subiram ao Mainstream recifense (que se comparado ao âmbito nacional ainda é bastante underground) no festival de bandas Microfonia realizado pelas Faculdades Integradas Barros Melo, a AESO. Eles quase conseguiram subir ao pódio chegando próximo de tocar no festival Abril Pro Rock, mas devido aos resultados meio suspeitos, terminaram em quarto lugar. Após essa época, eles começaram a de fato cagar para valer para o Mainstream, hoje eles não se consideram mais uma banda formada e sim um laboratório de sons, é o que conta em entrevista o antigo baixista e agora tecladista, Vinícius Valença.



Coletivo Manda Chuva: Quando a Gigantesco Narval Elétrico começou?

Vinícius: Começou com ensaios esporádicos nos estúdios de boa viagem. Antes a banda se chamava Doce Escória da Puberdade Divina e era formada pelo baterista Dano, o guitarrista Daniel; Diego tocava guitarra e Pablo contra-baixo. Então eu entrei no lugar de Pablo, meses depois devidos a problemas pessoais, o baterista Dano saiu e Júlio entrou em seu lugar. Nós começamos a tocar e compor com mais veemência. Terminamos por gravar algum material, mas que não serviu para posterioridade, devido a problemas técnicos.

Coletivo Manda Chuva: Como você entrou na banda?

Vinícius: Daniel e Diego já tocavam juntos há tempos. Eu conheci os meninos a partir de um amigo que estudou no colégio Santa Maria comigo, Victor Serak, que é primo de Daniel.Conheci os caras num jogo de copa do mundo em 2006 no Applebees, tomando uns chopps gelados, depois disso comecei a tirar som com a rapaziada.


Coletivo Manda Chuva: Qual é a proposta da banda?


Vinícius: Tocar uma música mais solta, sem muita forma.


Coletivo Manda Chuva: Só para lombrar?


Vinícius: Isso.


Coletivo Manda Chuva: Quais são as influencias da banda?


Vinícius: As influências no início eram muito pesadas. Agente curtia bastante bandas como: Black Sabbath,Grand Funk Railroad, Led Zeppelin, The Jimi Hendrix Experience, etc. Eu particularmente escutava muito Monster Magnet, Fantomas e Mr. Bungle.


Coletivo Manda Chuva: E atualmente?


Vinícius: Hoje em dia o pessoal anda mais fino (risos). A gente ta escutando coisas mais variadas como Soft Machine, Eric Clapton e até mesmo Blue Cheer.Eu escuto mais jazz hoje em dia, não muito rock como antes. Estou curtindo Miles Davis, Coltrane, Sun Ra, Bill Evans, Wayne Horter, entre outros.


Coletivo Manda Chuva: Como anda a Narval hoje?

Vinícius: A banda tem experimentado muito durante esse tempo todo de formação. Atualmente anda com as atividades reduzidas, mas não nos consideramos mais uma banda formada e sim um laboratório de sons e possibilidades musicais que ainda vai fazer muito barulho. Estou viajando no final do ano e pretendo voltar com equipamentos que venham a calhar nesta investida.



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Preto cão Doido - O Gigantesco Narval Elétrico